domingo, 20 de outubro de 2013

GIANT MAGELLAN TELESCOPE (GMT) NA FAPESP


Em outubro de 2011 um conjunto de 26 pesquisadores com doutorado em Astronomia, trabalhando em instituições do estado de São Paulo, submeteu à FAPESP uma proposta de participação no Projeto GMT (Giant Magellan Telescope).  Sobre o telescópio assista ao video:
Esse é um projeto de construção de um telescópio de 24 m, a ser instalado em Las Campanas. A FAPESP submeteu a proposta a pareceristas internacionais e, há alguns meses, recebemos cópias dos pareceres, todos extremamente positivos. Em função disto e antes de tomar uma decisão definitiva, a FAPESP solicitou que respondêssemos a quatro questões e realizássemos um workshop científico, nos moldes do que foi feito no processo de avaliação do LLAMA.

Estamos organizando esse workshop para os dias 13 e 14 de novembro próximo. Na oportunidade contaremos com a presença e apresentações de Wendy Freedman, Presidente do Board of Directors e de Pat McCarthy, Diretor do Projeto GMT. Além disto, estamos convidando diversos pesquisadores de instituições do estado de São Paulo e alguns de outros estados para fazerem uma breve apresentação de um trabalho científico de livre escolha. O evento terá início no dia 13 as 9:30 e será realizado no auditório da FAPESP.

João Steiner (IAG-USP)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

NOTA DE FALECIMENTO DE GEORGE HERBIG


Com o falecimento de George Herbig (93 anos), astrônomo emérito da Universidade do Havaí, a área de formação estelar perde um dos seus mais importantes pesquisadores. Ele atuou no Lick Observatory (Universidade da California), durante a maior parte de sua carreira, contribuindo enormemente para a identificação e caracterização de objetos estelares jovens de baixa massa e de massa intermediária. 

Dado o pionerismo de seus estudos, muitos dos objetos classificados por ele recebem hoje o nome "Herbig" em sua identificação. As estrelas pré-sequência principal de 2 a 8 massas solares tiveram suas características levantadas e sua natureza jovem foi apontada por Herbig (1962). Isso levou a tais estrelas serem hoje referenciadas como sendo do tipo "Herbig Ae/Be", embora ele próprio, dada sua notória humildade, nunca tenha utilizado essa nomenclatura.

As descobertas relacionadas aos "Objetos Herbig-Haro", condensações associadas a jatos em regiões de formação estelar, são também um exemplo das suas importantes contribuições para o estudo dessa área.

O "HBC" (Third Catalog of Emission-Line Stars of the Orion Population) de Herbig & Robbin-Bell (1988, Lick Observatory Bulletin No. 1111) foi a primeira e uma das mais importantes compilações de estrelas T Tauri, relacionando o total de 742 estrelas pré-sequência principal que eram conhecidas naquela época. Em particular para a comunidade astronômica brasileira dedicada ao estudo de estrelas jovens, o HBC foi motivacional e inspirador, como por exemplo no desenvolvimento  do Catálogo do Pico dos Dias. Além da descoberta de novas estrelas T Tauri, complementando em cerca de 10% o HBC, esse trabalho brasileiro permitiu a identificação de uma centena de estrelas Herbig Ae/Be, as quais tem sido amplamente estudadas por diversos grupos brasileiros e em colaborações internacionais. 

Assim, podemos considerar George Herbig como tendo um papel fundamental nos estudos das estrelas recém-formadas e dos primeiros estágios da evolução estelar, dos quais muitos de nós têm muito a agradecer e a reverenciar.
Mais detalhes sobre sua vida e carreira acadêmica podem ser vistos nos links:

http://www.ifa.hawaii.edu/users/herbig/default/herbig.html
http://www.ifa.hawaii.edu/info/press-releases/Herbig/

Jane Hetem (IAG-USP)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

CARTA DE JOVENS ASTRÔNOMOS EM APOIO A ESO


Resultado da iniciativa em mostrar seu apoio à entrada do Brasil na ESO (European Southern Observatory), mais de 130 de jovens astrônomos escreveram uma carta de apoio a ESO endereçada aos Deputados das comissões por onde o acordo de adesão deve tramitar. Esta carta encontra-se disponível no site
Entre os signatários desta carta estão mestrandos, doutorandos e pós-doutores que trabalham em 34 instituições de pesquisa do Brasil e estrangeiras. Por serem profissionais no início de carreira, manifestaram seu apoio em participar assim do maior, mais abrangente, e mais produtivo observatório mundial. Os jovens astrofísicos também demonstraram seu interesse em serem parceiros do maior telescópio em planejamento, o extremamente grande telescópio ELT (Extremely Large Telescope) de 38 metros de diâmetro, que revolucionará o estudo de planetas, das estrelas, das galáxias, e do universo como um todo. 

Esta carta é bastante significativa ao demonstrar a iniciativa e envolvimento dos jovens astrônomos, pois o ELT a ser finalizado daqui a 10 anos será basicamente utilizado por estes profissionais que estão se formando agora. São eles os responsáveis pelo futuro da Astronomia Brasileira e quem mais lucrarão com a adesão do Brasil a ESO.

Segue abaixo a transcrição da carta. Para maiores informações sobre esta carta, contactar
Ana Chies Santos (ana.chies_santos@nottingham.ac.uk)
Felipe Alves (falves@astro.uni-bonn.de)
Thiago Gonçalves (tsg@astro.ufrj.br)
Emille Ishida (emilleishida@usp.br)
Eliade Lima (eliade.lima@ufrgs.br)
Gustavo Rossi (gugabrossi@gmail.com)

Senhores Deputados,

Nós, cientistas brasileiros em início de carreira (mestrandos, doutorandos e pós- doutores), especializados na área de Astronomia e Astrofísica, vimos por meio desta chamar a atenção para o processo PDC 1287/2013, em tramitação na Câmara dos Deputados.

Trabalhamos em diferentes institutos de pesquisa e ensino do Brasil e no exterior (Europa, Oceania, Ásia, América do Norte, América do Sul e África), representando o país em uma diversidade de tópicos em pesquisa astronômica. Essa multiplicidade cultural e profissional nos permite delinear uma análise sólida e crítica acerca da evolução da pesquisa científica nacional, em particular nas áreas de Astronomia e Astrofísica. A despeito de nossa heterogeneidade, todos partilhamos um apoio incondicional ao projeto que permitirá ao Brasil tornar-se o 15o membro do Observatório Europeu do Sul (European Southern Observatory - ESO).

Devido ao pré-contrato existente, já nos é dada a oportunidade de preparar propostas observacionais para o ESO. Um resultado altamente impactante no meio científico foi recentemente publicado por pesquisadores brasileiros, e destacado dentre as notas de imprensa (http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1337/). Isso demonstra que a comunidade astronômica brasileira tem atualmente plenas condições de usufruir dos instrumentos disponibilizados por este acordo.

Entretanto, acreditamos que o ponto crucial a ser considerado não são os resultados que podemos obter neste momento, mas sim o leque de possibilidades que este acordo abre para o futuro da astronomia nacional. A entrada do Brasil no ESO é um projeto que certamente produzirá seus melhores frutos em alguns anos. É algo importante para assegurar a qualidade na pesquisa astronômica brasileira no futuro, não agora. Assim nós, jovens pesquisadores, doutorandos e mestrandos, somos os mais afetados por esta decisão e os que mais têm a perder caso o Brasil não cumpra o acordo.

A possibilidade de participar ativamente de uma instituição como o ESO seduz, ainda, jovens talentos, brasileiros ou não, que estão no processo de se instalar permanentemente em um instituto de pesquisa e ensino. E estamos em uma época oportuna para atrair jovens pesquisadores, uma vez que a Europa e os Estados Unidos enfrentam problemas financeiros que dificultam cada vez mais a entrada de jovens cientistas em suas instituições. Entrar para o ESO não só abre infinitas novas possibilidades para os pesquisadores brasileiros das áreas de astronomia, astrofísica e afins, como também alça o Brasil a um seleto grupo de destinos desejáveis para profissionais dessas áreas. A entrada do Brasil no ESO não se resume à possibilidade de mais dados para os astrônomos brasileiros e, sim, define a entrada definitiva do Brasil no grupo de nações que estará na vanguarda das pesquisas nessas áreas.

A adesão do Brasil ao consórcio ESO representará um enorme passo para a Astronomia brasileira. Em especial, representará um importante avanço na educação científica do país, uma vez que a astronomia é um dos poucos ramos tradicionalmente interdisciplinar na atividade cientifica (englobando por exemplo, física, matemática, biologia, química, geologia, engenharia) e, por isso mesmo, consegue despertar vocações e fomentar a curiosidade científica na sociedade. Vide, por exemplo, o número imenso de inscritos no curso virtual do Observatório Nacional (http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=89151). Nesse sentido, é importante proporcionar aos nossos jovens não apenas a possibilidade de estudar e contemplar a atividade astronômica mas oferecer condições para que participem ativamente de seu desenvolvimento e incorporem essas experiências ao dia a dia da pesquisa brasileira.

A falta de cumprimento com o acordo assinado pelo então ministro Sérgio Rezende em 2010 significaria, além de tudo, a perda da confiança no Brasil para grandes acordos internacionais e um mal-estar para os cientistas brasileiros. Já que, desde o pré-acordo no final de 2010, o ESO dá ao Brasil os mesmos direitos de uso de suas instalações que os países- membros daquela instituição.

Com base em nossas experiências (alguns como usuários do ESO), temos a certeza de que não há organização astronômica mais bem estruturada no mundo. O investimento do Brasil será pago em 10 anos! Dúvidas sobre o o projeto e a participação do Brasil nele, estão aqui explicitadas: 

http://www.eso.org/public/archives/static/about-eso/faq/faq-brazil/FAQ-Brazil_br.pdf

Ajude-nos a construir um Brasil melhor, 
Ajude-nos a construir um Brasil com ciência,
Aprovem a entrada do Brasil no ESO! 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

QUINTA ESCOLA AVANÇADA DO INPE

Comunicamos que foi realizada a Quinta Escola Avançada do INPE entre os dias 16 e 20 de Setembro de 2013 no campus do INPE. A escola cobriu 4 tópicos em Cosmologia: 
  1. A Estrutura em Grande Escala no Universo e Grandes Levantamentos, ministrada pelo Dr Brice Menard da John Hopkins University; 
  2. A Radiação Cósmica de Fundo / Novos resultados do Planck, ministrada pela Dra Graça Rocha e pelo Dr Krzysztof Gorski, ambos do JPL/Caltech; 
  3. Simulações Cosmológicas, ministrada pelo Dr Neal Katz da Univ. of Massachussets; e 
  4. O Mistério da Existência, ministrado pelo Dr John Leslie, professore emérito da Univ. of Guelph. 


Tivemos também a apresentação feita pelo homenageado do evento, Dr. José Antônio de Freitas Pacheco do Observatório de Nice, sobre os 50 anos de história da Cosmologia no Brasil.

A escola contou com 58 participantes das mais importantes instituições no Brasil onde se desenvolve Cosmologia teórica e observacional: IFT, IFUSP, INPE/DAS, CBPF, ITA, Mackenzie, ON/MCT, UFES, UFRGS, UNB, UNIFAL. Além disso, dois estudantes do exterior, um da PUC/Chile, e outro da Universidad de Guanajuato/Mexico. Os arquivos PDF de todas as palestras estão disponíveis no endereço abaixo.

Foi um enorme prazer ter os participantes em nosso instituto durante o evento e esperamos que tenham aproveitado o máximo. A Escola Avançada do INPE é organizada com o intuito de colaborar para a melhor formação de profissionais na área. 

LOC
Carlos Alexandre Wuensche (INPE)
Joaquim Costa (INPE)
Karín Menéndez-Delmestre (OV/UFRJ)
Marcos Lima (IF/USP)
Oswaldo Duarte Miranda (INPE)
Reinaldo de Carvalho (INPE)

sábado, 5 de outubro de 2013

JOGOS PARA O ENSINO DE ASTRONOMIA


Livro com intuito de tornar o aprendizado de Ciências divertido é lançado pela Editora Átomo. O livro, intitulado “Jogos para o ensino de Astronomia” tem como organizador Paulo Bretones, o Coordenador da COMED (Comissão de Ensino e Divulgação) da SAB, e conta com capítulos escritos por associados da SAB.

O livro apresenta uma proposta para auxiliar o ensino de Astronomia, nos níveis fundamental e médio, oferecendo recursos didáticos na forma de jogos. Inicialmente aborda o interesse e as dificuldades encontradas pelos professores para ensinar o assunto, propondo o lúdico como potencial para o aprendizado. A seguir apresenta dez jogos, de diversos tipos, utilizando tabuleiros, cartas, bingos e até corporais ou sinestésicos. Por fim, apresenta uma discussão e propostas para aprendizagem de Astronomia em ambiente virtual. Assim, como forma de divertimento, traz a possibilidade de ensinar e aprender Astronomia por meio de brincadeiras.

Os jogos foram adaptados ou criados por um grupo de 17 autores que atuam na formação de professores na área de Educação em Astronomia no Brasil e no exterior. Além da participação dos autores dos jogos, o livro tem o prefácio do Prof. Marcos P. Leodoro (DME/UFSCar), do Projeto Ciência Lúdica.

O link referente ao livro no site da editora é:

Adriana Válio
Presidente

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

ASSIM CAMINHA O ACORDO ESO

O acordo de adesão do Brasil à Organização Europeia de Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral (ESO), após aprovação do relatório da CREDN em Plenário no dia 12 de setembro, deu entrada em 18 de setembro simultaneamente nas outras três comissões pelas quais deve passar. Os relatores da CCTCI e da CFT já foram designados.
  • Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) - Relator Dep. Jorge Bittar (PT-RJ)
  • Comissão de Finanças e Tributação (CFT) - Relator Dep. Afonso Florence (PT-BA)
  • Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)
Para acompanhamento da tramitação do processo basta acessar aqui.


Adriana Válio
Presidente da SAB

terça-feira, 17 de setembro de 2013

CARTA À SBPC SOBRE O PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO



Motivada pela reportagem da Revista Carta Capital
http://www.cartacapital.com.br/politica/o-destino-de-alcantara-8527.html,

a Comissão Espacial da SAB após várias discussões se posicionou sobre a questão do Programa Espacial Brasileiro (PEB) e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e decidiu enviar uma carta à presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Dra. Helena Nader que transcrevo a seguir. A carta foi enviada ontem, dia 16 de setembro de 2013. Cópias desta carta foram também enviadas para a SBGf, SBF, AAB e Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB).

Por coincidência o edital do Jornal O Estado de São Paulo trata justamente desta questão.



São Paulo, 16 de setembro de 2013
Exma. Sra
Dra. Helena Nader
Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
São Paulo - SP

At.: Programa Espacial Brasileiro
c/c: Agência Espacial Brasileira AEB/MCTI

Prezada Presidente da SBPC Dra. Helena Nader,

O desenvolvimento das atividades espaciais no Brasil desde 1961 tem se deparado com inúmeros desafios que comprometeram e ainda impedem que o Programa Espacial Brasileiro (PEB) seja bem sucedido.

Em governos passados, foi notório o aporte descontínuo e insuficiente de recursos combinado com a falta de mão de obra e de uma política de incentivo e promoção da participação das indústrias no PEB. Devemos destacar o contínuo cerceamento tecnológico ao Brasil produzido diretamente pela restrição ao acesso a componentes e equipamentos considerados sensíveis por governos estrangeiros e por tratados internacionais como o MTCR- Missile Technology Control Regime. O Brasil atualmente é signatário do MTCR, porém continua sofrendo restrições à importação de vários itens essenciais para as atividades espaciais, pois os países em questão levaram anos e empenharam muitos recursos para dominar essas tecnologias e, naturalmente, podem sentir dificuldades em aceitar acordos de transferência tecnológica.  Apesar do desenvolvimento conjunto de satélites científicos ser um bom instrumento para facilitar o diálogo com as nações estrangeiras, há sempre o risco de que a escolha dos parceiros limite o leque de oportunidades em função dos interesses geopolíticos dessas nações.

Em outubro próximo, a Presidenta Dilma deverá ir aos EUA para tratar das relações entre Brasil e EUA com a perspectiva de celebração de acordos envolvendo o PEB, em particular, o uso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).  A Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como entidade civil diretamente interessada na promoção e desenvolvimento da ciência e da tecnologia espacial no Brasil, vem por meio deste documento alertar a SBPC e os vários órgãos e entidades envolvidas com o PEB a respeito de alguns aspectos que ela considera importantes.  Para que qualquer acordo proposto, ou que venha a ser celebrado, entre Brasil e EUA seja benéfico para ambos os países, devemos levar os seguintes pontos em consideração:

1-    O governo dos EUA, através de seu Departamento de Estado, constantemente se manifesta e atua no sentido de dificultar a possibilidade do Brasil possuir um programa próprio de foguetes lançadores de artefatos espaciais. Desde a interrupção do programa de foguetes de sondagem Nike - Apache no início dos anos 60, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), passando pelas dificuldades do Veículo Lançador de Satélites (VLS) durante a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) nos anos 80 e 90, até a proposição do acordo de salvaguardas em 2001, que foi rejeitado pelo Congresso Nacional por não respeitar a soberania do país, ficou claro que os EUA não apoiam os programas brasileiros voltados para o desenvolvimento de veículos lançadores de satélites.
2-    O bloqueio tecnológico imposto pelos EUA não se estende só à tecnologia de lançadores espaciais, mas também se aplica a satélites, como ficou demonstrado recentemente nas dificuldades que afetaram o programa CBERS (“China-Brazil Earth Resource Satellites”); os EUA procuraram impedir a compra pelo INPE de dispositivos e componentes para as câmeras multi-espectrais de observação da Terra para os próximos satélites da série.
3-    O uso comercial da base de lançamento em Alcântara (CLA) é de fato importante para a sustentação econômica do PEB. No entanto, o estabelecimento de qualquer acordo que atente contra a soberania nacional é inaceitável. 
4-    Os recursos oriundos das atividades comerciais de lançamento devem ser  aplicados no PEB. 
5-    A montagem e integração de cargas úteis e satélites aos foguetes devem ser sempre acompanhadas pelas autoridades nacionais responsáveis. No entanto, acordos comerciais podem vir a ter cláusulas que exijam que as equipes (brasileiras) de acompanhamento mantenham sigilo total sobre características e ou tecnologia dos satélites, cargas úteis ou veículos espaciais que estejam sendo lançados a partir do CLA.

A SAB propõe ainda que a AEB promova um debate com os vários atores envolvidos com o PEB, tais como SBGf, SBF, AAB e Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), antes da visita da Presidenta Dilma aos EUA. A SAB entende que este debate é importante para subsidiar o governo brasileiro no caso de negociações entre os dois países que envolvam a área espacial.

Agradecemos a atenção dispensada e despedimo-nos atenciosamente,

Comissão Espacial da SAB
João Braga (INPE) – Presidente da comissão
Antônio Fernando Bertachini Almeida Prado (INPE)
Eduardo do Couto e Silva (UnB)
Eduardo Janot Pacheco (USP)
José Leonardo Ferreira (UnB)

Adriana Válio
Presidente
Sociedade Astronômica Brasileira