sexta-feira, 1 de abril de 2011

Chamada para submissão de propostas ao ALMA -- ciclo 0

by the The EU ARC team

Today, the ALMA Director, on behalf of the partner organizations and all the personnel in Chile, East Asia, Europe and North America involved in bringing ALMA to Early Science readiness, issued the first ever Call for Proposals with ALMA. The full Call for Cycle 0 projects, and all information and tools relevant for proposal preparation, are available at the ALMA Science Portal.
(http://almascience.org/)

Please read carefully the announcement if you are interested in submitting a proposal. The Helpdesk is reachable through the Science Portal. User support is provided by the European ALMA Regional Centre (ARC) in Garching and by the seven European ARC nodes, who in addition provide face-to-face support
(see http://www.eso.org/sci/facilities/alma).

We are looking forward to receiving your proposals.

Key dates:
  • 29 April 2011: Deadline for submission of Notice of Intent
  • 30 June 2011: Proposal submission deadline
  • 30 September 2011: Expected start of ALMA Cycle 0 observing.

Versão brasileira do website da ESO

por Gustavo Rojas

Já está no ar a versão brasileira do website público do ESO, disponível em http://www.eso.org/public/brazil.html.

A página é mantida por Gustavo Rojas (UFSCar), representante brasileiro do ESON (ESO Science Outreach Network). O ESON tem como missão atuar como representante de difusão científica do ESO na mídia dos países membros,  promovendo sua missão e demonstrando os aspectos inpiracionais da astronomia.

Além de manter a versão brasileira do website público do ESO e servir como primeiro contato para a imprensa brasileira, o representante brasieiro do ESON auxiliará a promoção do ESO em instituições como planetários, clubes de ciência, encontros científicos, etc.

Maiores informações, dúvidas, críticas e sugestões podem ser direcionadas ao email grojas@ufscar.br.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Resposta do Presidente da NTAC à "Análise das solicitações de tempo aprovadas pela NTAC/Gemini"

por Eduardo Cypriano

Cara prof. Miriani e demais membros da comunidade astronômica brasileira,

primeiramente gostaria de agradeçe-la pela preocupação com o Gemini e sua comissão de alocação de tempo manifestada no Blog da SAB. Sem tocar em números, enquanto presidente do NTAC, gostaria de esclarecer alguns pontos sobre sua atuação.


1 - A comissão de alocação de tempo Gemini brasileira (NTAC-Br) é escolhida pelo CTC do LNA e tem uma composição que se altera ao longo dos anos. Nada posso dizer sobre o biênio 2007-2008, pois me encontrava fora do país, mas comparando a composição atual do NTAC com a do biênio 2009-2010, quando essa foi presidida pela prof. Beatriz Barbuy, notar-se-á que ela foi quase completamente renovada. Dos 14 membros atuais, apenas 4 estavam na comissão no período anterior. Em particular a presidente da comissão, já referida, e seu vice (prof. Horácio Dottori) já não mais pertencem à NTAC. Dessa feita quero crer que, se existem pesquisadores que recebem mais tempo do que outros, a composição da NTAC não é a causa principal.

2 - Desde os primeiros semestres de utilização dos telescópios Gemini foi discutida e implementada uma política de bonus e penalidades para propostas de autores que obtiveram tempo Gemini anteriormente, dependentes da publicação ou não de artigos por esses. Aqueles que publicaram em dois anos das observações tem bonus e aqueles que não sofrem penalidades. Estamos considerando no momento a exclusão dos bonus mas a manutenção das penalidades. Essa discussão está em andamento e pode ser  refeita na reunião da SAB, caso a comunidade esteja interessada.

3 - O NTAC não tem uma lista de áreas ou projetos considerados competitivos. A análise é feita caso a caso usando como fonte primária de informação a justificativa científica escrita pelos autores e a bibliografia lá exposta. 

4 - O NTAC agradeçe a crítica quanto ao conteúdo de seus pareceres. Nesse próximo semestre esse aspecto será enfatizado junto a todos os seus membros.

5 - A NTAC segue a seguinte política no que diz respeito ao tempo pedido em cada projeto: "Propostas que solicitam tempo maior do que 1/3 do tempo a que o Brasil tem direito em cada telescópio só serão concedidos em casos em que forem excepcionalmente melhores do que as demais. Uma opção para contornar este problema é preencher na proposta o quesito de tempo mínimo, explicitando que um tempo mínimo de x horas (onde x < 1/3 do total) ainda permite atingir os objetivos científicos, mesmo que parcialmente." ( http://www.lna.br/gemini/ngo/GemNTAC.html )

6 - O NTAC, no momento, não tem a orientação de diferenciar propostas que são partes de teses de doutorado das demais. O julgamento é feito primariamente baseado no mérito. Caso a comunidade queira rever essa política para o Gemini ou qualquer outro de seus telescópios creio que a reunião anual da SAB é um bom fórum para tal discussão. Como nossa comissão é nacional ela pode seguir quaisquer políticas determinadas pelo conjunto da comunidade brasileira.

7 - Por fim gostaria de aproveitar esse espaço para expor à comunidade astronômica que os membros do NTAC são escolhidos pelo CTC do LNA e tem, a cada semestre, a pesada tarefa de ler um grande número de propostas e exercer um julgamento de mérito. Esses colegas nossos fazem isso, cientes das pressões que podem sofrer, no melhor de suas capacidades. Esse julgamento não é absoluto e sim classificatório e, porque não dizer, não é inerentemente desprovido de falhas. Nesse últipo aspecto, aliás, ele se equivale a qualquer outro sistema de análise por pares.

8 - Por fim gostaria de reafirmar que estou seguro que os membros da NTAC atuaram no semestre 2011A no limite se suas capacidades e que o fizeram com um espírito de isenção e interesse coletivo. Gostaria ainda de enfatizar que, como presidente da comissão, tenho por dever zelar que seus membros tenham a tranquilidade para julgar o mérito das propostas com toda independência e é assim que pretendo atuar enquanto ocupar essa posição. 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Análise das solicitações de tempo aprovadas pela NTAC/Gemini

por Miriani G. Pastoriza

A Comissão Nacional de Programas do Observatório Gemini,

Com o objetivo de buscar entender os critérios utilizados para que uma proposta de pedido de tempo apresentada a NTAC do Gemini fique acima ou abaixo da linha de corte e seja considerado um “Compeling science case”, solicitei a Secretaria das Comissões de Programas do LNA a lista dos projetos que foram beneficiados com tempo de observação no período 2007A-2011A .

Penso que o resultado dessa análise realizada com a informação solicitada possa ser útil para o NTAC e a Comunidade Astronômica no momento em que se pretende ampliar a participação do Brasil no Gemini. Antes de tomar uma decisão neste sentido seria importante responder algumas questões como as enumeradas a seguir:

I) Que fração de pesquisadores brasileiros utiliza os Telescópios Gemini?

II) Que tipo de programa é competitivo para ser desenvolvido com os instrumentos atualmente em funcionamento no Gemini Norte e Sul?

III) Seria necessário ampliar participação Brasileira no Gemini?

IV) Qual o papel da NTAC na elaboração dos pareceres e alguns critérios que deveriam ser adotados?










Pergunta I)
A estatística realizada com base na lista dos pesquisadores que obtiveram tempo no período mencionado e cujas observações foram de fato realizadas mostra que no período de 2007A-2011A , 11 dos 52 pesquisadores (PI) beneficiados com tempo de observação, utilizaram 50% do tempo efetivo do Gemini.


Ampliando a fração até 80% do tempo observado o número de pesquisadores favorecidos aumenta a 27. O resultado está ilustrado no histograma e no gráfico de setores.

Seria importante ampliar esta pesquisa incluindo o número total de propostas apresentadas nesse mesmo período e que foram consideradas abaixo da linha de corte

Algumas conclusões :

Resposta à pergunta I) Se consideramos 150 pesquisadores na área da astronomia óptica observacional, no Brasil (contabilizando os pesquisadores e seus orientados dos Institutos de pesquisa ON,INPE, IAG/USP, UFRGS, UFRJ, UFRN,UFSC, UFMG, UFSM e outros Institutos) como potenciais usuários dos telescópios Gemini, temos que apenas 11 pesquisadores (PI) foram favorecidos com 50% do tempo do Gemini , e 27 pesquisadores utilizaram 80% do tempo. Eles representam uma fração de 7% e 20% dessa comunidade. Por tanto uma fração muito pequena usufrui das facilidades dos Telescópios Gemini. Se realizamos a mesma análise considerando os co-autores das propostas aprovadas a estatística não muda, pelo contrario tende a afunilar mais.

Resposta à pergunta II) O resultado da pergunta I), sugere que os projetos de pesquisa elaborados pelos pesquisadores frequentemente beneficiados (com maior numero de horas observadas) são considerados competitivos segundo os critérios das comissões de distribuição de tempo apontando que os Telescópios Gemini entram na categoria de “dedicados” para determinados Projetos. Portanto na minha opinião o NTAC deveria instruir a comunidade sobre quais áreas e tipos de Projetos considera competitivos para utilizar as facilidades do Gemini. Dessa forma evitaria a muitos pesquisadores perda de tempo na elaboração de propostas que de fato serão consideradas de baixa prioridade.

Resposta à pergunta III) Analisando a distribuição de tempo do semestre 2011A quando foi ampliada a participação de Brasil no Gemini de 2,5 para 5%, nota-se que não foram incluídos uma fração maior de novos beneficiados com tempo de observação , pois novamente 7 dos primeiros 11 da lista foram beneficiados e desta vês com maior numero de horas. A segunda chamada para 2011 A com o objetivo de aumentar o fator de pressão só convalidou a tendência que vem se repetindo semestre após semestre.

Conclui-se que não seria necessário aumentar a participação nos Telescópios Gemini, pois eles atendem a uma fração muito pequena da Comunidade, cujos interesses já estão muito bem servidos com os 5% que atualmente tem o Brasil.

Resposta à pergunta IV) Os pareceres do NTAC devem ser elaborados de forma a esclarecer os pontos fracos das propostas apresentadas, e com sugestões de como ser melhoradas, especialmente quando os PI são estudantes evitando frases clichês tais como : “no compeling scientific case" sem explicar claramente a razão.

Outro ponto que considero relevante são os referees que em minha opinião deveriam ser selecionados entre aqueles que não estão competindo por tempo nesse semestre.

Outro ponto que acho importante são projetos relacionados com tese de doutorado, pois sendo projetos aprovados pelas Comissões de Pesquisa das Instituição, deveriam ser considerados em patamares diferentes a projetos de pesquisadores experientes. Um dos objetivos fundamentais do ingresso do Brasil no Gemini foi a de contribuir na formação de jovens astrônomos através do contato deles com grandes telescópios equipados com instrumentos de ultima geração.

Outro ponto importante que a NTAC deveria considerar é um numero máximo de horas de observação que um pesquisador pode ter em um determinado período, pois se não tomar este tipo de providência, os Telescópios serão utilizados para programas tipo “Survey “. Tendência que se percebe na distribuição de tempo do semestre 2011A, quando pesquisadores foram beneficiados com noites inteiras de observação.

sábado, 12 de dezembro de 2009

XXXV Reunião Anual da Sociedade Astronômica Brasileira

A diretoria da Sociedade Astronômica Brasileira tem o prazer de anunciar que a XXXV Reunião Anual será realizada no Hotel Recanto das Hortênsias, em Passa Quatro, MG, no período de 7 A 12 DE SETEMBRO DE 2010.

A data-limite para inscrição e submissão de trabalhos será 10 DE ABRIL DE 2010. Maiores informações sobre a reunião estarão disponíveis a partir de 01 de março de 2010, data a partir da qual as inscrições poderão ser feitas, no site http://www.sab-astro.org.br/sab35/index.htm

Lembramos a todos que a Reunião Anual é uma oportunidade única para os membros da Sociedade divulgarem e discutirem seus trabalhos diante de uma audiência multidisciplinar que cobre todas as áreas de pesquisa em astronomia no Brasil, bem como para assistir conferências convidadas ministradas por especialistas em distintas áreas de pesquisa, do Brasil e do exterior. A Reunião Anual também é a melhor oportunidade que temos para conhecer nossos colegas de distintas regiões do país e, especialmente para os astrônomos mais jovens, é uma excelente oportunidade para interagir com colegas mais experientes.

Passa Quatro já recebeu a SAB em duas outras oportunidades e o hotel Recanto das Hortênsias ofereceu a melhor relação entre custo e qualidade das instalações que obtivemos. A cidade fica situada no sudeste de Minas Gerais, a 248 km de São Paulo e 260 km do Rio de Janeiro, a 50 km da Via Dutra, na altura de Cachoeira Paulista.

Esperamos encontrar todos lá em setembro de 2010.

Roberto D.D. Costa
Secretário Geral, pela Diretoria da SAB

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Contribuição à Comissão Especial de Astronomia - Lista de problemas e propostas de soluções

por Basílio Santiago (postado no Fórum da SAB em 12/11/09)

Problema 1

Há pulverização de recursos humanos e financeiros entre diversas unidades de pesquisa do MCT. A maior delas em termos de pessoal, o ON/MCT, não tem papel de provedor de serviços à pesquisa em Astronomia no país. Tal tarefa está concentrada no LNA, que tem pessoal restrito. Essa distorção de gerenciamento de RH no MCT precisa ser corrigida, em benefício de todos. O INPE, pelas suas características, também pode assumir papéis de gerenciamento de recursos disponibilizados para pesquisa na área nacionalmente.

Proposta 1.1

Primeiramente, é necessária a criação de uma comissão ou fórum permanente, de natureza advisória, que promova o diálogo constante entre as direções das diferentes unidades de pesquisa (UPAs) do MCT ligadas à área. Uma das funções deste forum seria a de mediar a interação entre as UPs, promovendo uma maior coordenação de ações e contribuindo para a mediação de conflitos e problemas. Tal órgão deve ser sediado em Brasília, não apenas pela proximidade com as instâncias decisórias do MCT, mas também para valorizar sua natureza de comissão intraministerial com abrangência nacional. Detalhes quanto à frequência de reuniões, atribuições, composição, etc, precisariam ser discutidos.

Proposta 1.2

Atribuir ao ON uma participação efetiva no gerenciamento de recursos à Astronomia observacional óptica/infra-vermelha nacional. Um possível exemplo: atribuir-lhe o encargo de prover serviços de software (portais científicos, Observatórios Virtuais, bases de dados, etc) de uso pela comunidade nacional, deixando com o LNA a tarefa de gerir recursos de hardware, inclusive o desenvolvimento instrumental. A atribuição de desenvolvimento de projetos nacionais de Astronomia espacial caberia ao INPE, ficando o MAST com as
responsabilidade de preservação e pesquisa de acervos históricos e de articulação de ações de divulgação da Astronomia. Estas atribuições teriam que ser negociadas no âmbito do MCT e não necessariamente impõem exclusividade de ação. Elas certamente trarão o benefício de fazer melhor uso dos recursos humanos disponíveis do MCT, evitando os gargalos de prestação de serviço que ocorrem atualmente.

Problema 2

Está em curso uma mudança global de paradigma na pesquisa observacional. Grandes bases de dados, de propósitos múltiplos, envolvendo telescópios dedicados e colaborações internacionais, estão abrindo espaço em meio aos métodos tradicionais de coletas de dados, via projetos com investigador principal utilizando um único telescópio/instrumento. O Brasil precisa acompanhar essa mudança.

Proposta 2.1

São necessários investimentos de recursos materiais e humanos que garantam não apenas o acesso, mas a participação brasileira em projetos de geração de grandes bases de dados, como as diferentes versões do SDSS, o DES, o LSST, etc. Tais projetos têm aplicações múltiplas, sendo portanto importantes para atender à grande diversidade de áreas de pesquisa em que astrônomos brasileiros estão envolvidos.

Proposta 2.2

As decisões estratégicas devem levar fortemente em conta essa mudança de paradigma. Será um grande erro investir dinheiro e recursos humanos apenas para ampliar a participação brasileira em diferentes telescópios/instrumentos, sem buscar diversificar e modernizar as formas de uso/distribuição do tempo nestes telescópios.

Problema 3

Outra movimentação clara da pesquisa internacional são os ambiciosos projetos instrumentais em implementação e planejamento. Novamente, estes projetos envolvem múltiplos países e institucões, além de grandes somas de dinheiro. O Brasil precisa buscar inserir-se nesses projetos instrumentais de grande porte.

Proposta 3.1

Em especial, o Brasil deve buscar ser parceiro em grandes projetos internacionais de instrumentação no domínio óptico e infra-vermelho, como os ELTs, dada a concentração de pesquisadores que usam estes domínios espectrais. Estrategicamente, a inserção do país deve se dar através de projetos instrumentais internacionais que estejam abertos a estabelecer sistemas de troca de tempo com outros projetos de porte semelhante e que sejam complementares entre si. Somente dessa forma será possível à comunidade brasileira utilizar os melhores instrumentos disponíveis e cobrindo uma gama variada de recursos. Implementado tal sistema, algo que o Brasil deve encorajar nas suas parcerias, os pesquisadores do país terão acesso a maior diversidade instrumental de ponta, mesmo com participação modesta em termos de fração de tempo disponível.

Problema 4

O OPD é um sítio astronômico de qualidade abaixo da média, com forte sazonalidade em termos de eficiência, e com instrumentos obsoletos. O uso do OPD nos moldes de um observatório tradicional, com missões curtas e envolvendo grande circulação de pesquisadores, exige uma infraestrutura que está começando a tornar-se onerosa em comparação aos resultados científicos. Este ônus se dá na forma de passagens e diárias, além da necessidade de manter-se alojamentos e infraestrutura de alimentação, transporte, etc.

Proposta 4.1

É necessário reformular o funcionamento do OPD, reduzindo custos de infraestrutura. Projetos grandes, otimizados para a instrumentação disponível e para os meses de outono e inverno, envolvendo observação remota ou em modo serviço, permitirão reduzir despesas com viagens, alojamento e infraestrutura, explorando melhor os recursos instrumentais e as características do sítio. Em meses menos adequados para observação profissional, sugere-se que o OPD seja
mantido com staff mínimo, usado para:
  1. divulgação científica: visitação pública ao sítio, eventual observação noturna; 
  2. uso didático dos instrumentos: manuseio, presencial ou remoto, dos telescópios e detectores, com eventual uso noturno, mesmo que as condições não sejam adequadas para obtenção de dados de qualidade científica.

Problema 5

Grande parte da comunidade de astrônomos brasileiros trabalha fora do MCT, mas é usuária das condições e serviços que o MCT oferece. É fundamental, portanto, que haja permanente diálogo interministerial nesta área, assim como em outras que compartilham dessa característica.

Proposta 5.1

Criação de uma câmara inter-ministerial de pesquisa, com atribuições deliberativas, envolvendo representantes da Fazenda, MinC, MEC e MCT, entre outros. Tal câmara promoveria um diálogo constante entre as comunidades de pesquisadores nestes diferentes ministérios, visando à racionalização de recursos destinados à pesquisa, inclusive de Astronomia. É importante lembrar que a maior parte da comunidade científica, astronômica inclusive, está nas IFES/MEC, mas com participação ainda não institucionalizada nas políticas de investimento e gerenciamento de recursos do MCT.

Sobre a Comissão Especial de Astronomia (CEA) - IV

por Oswaldo Miranda (adaptado de mensagem ao Fórum da SAB, enviada em 06/11/09)

Os representantes do CNPq, CAPES, ABC, SBPC na CEA não têm como defender pontos de vista dessas Sociedades. Eles defenderão os pontos de vista, e de interesse, das suas Universidades e de seus Grupos. A exceção é o representante da SAB que deve representar toda a Comunidade Astronômica Brasileira. Diria até pela forma de atuação dos Membros CNPq, CAPES, ABC, SBPC que eles representam o INCT-A e os seus grupos de pesquisa e não as "Sociedades" CNPq, CAPES, ABC, SBPC. Se alguém discorda disso então me diga quais são as diretrizes que essas agências/sociedades passaram a esses representantes? Como foram feitas essas indicações? Por quê a Comunidade Astronômica não foi ouvida por essas Sociedades? Por exemplo, não seria natural a SBPC pedir que a SAB fizesse a indicação? Não seria natural o CNPq ouvir os bolsistas de produtividade em pesquisa da área de astronomia? Não seria natural a CAPES ouvir os cursos de pós-graduação em astronomia? Voltando a questão do "peso das UPs" nessa Comissão. Não discuto o número do Laerte - 70% dos pesquisadores estão nas Universidades. Mas esse não pode ser o único número para definir a participação (aumento/diminuição) dos representantes das UPs. Exemplo: Dos 70% que estão nas Universidades, qual é a fração que atua no óptico/infravermelho, radioastronomia, cosmologia teórica, altas energias, astrofísica de ondas gravitacionais, etc. Posso dizer, com pequena chance de errar, que em pelo menos em duas áreas da astronomia: radioastronomia e astrofísica de ondas gravitacionais, pelo menos 70% dos pesquisadores estão nas UPs e não nas Universidades. Não teríamos "também" que levar esses dados em conta para falar de distorções na relação UPs/Universidades nessa Comissão?

Outra questão: na regional de São Paulo, o Laerte mencionou a proposta de um satélite para UV. Proposta que na minha opinião é bastante interessante. Contudo, 80% da capacidade de desenvolvimento instrumental da astronomia brasileira está instalada nas UPs. Levando-se em conta que menos de 30% dos astronomos estão nas UPs, então esses 80% mostram claramente que se as UPs não tiverem participação ativa nesse plano nada funcionará em termos de desenvolvimento instrumental na nossa área. Pressumo que um plano para a área de astronomia não envolva "comprar tempo de telescópio". Para isso, sinceramente não é necessário um plano. Alguns colegas usam o termo de que o Brasil deve ser "um player" no cenário internacional. Isso só será possível se o Brasil "também desenvolver instrumentação de qualidade". Quem é que vai fazer isso? As Universidades? No caso do satélite proposto pelo Laerte, vai ser feito aqui no Brasil? O projeto será brasileiro? Que instituição fará o projeto e a integração dos sistemas desse satélite? Se as UPs não tiverem participação ativa na elaboração desse plano, elas apoiarão as propostas instrumentais ou seguirão outros caminhos deixando o Plano de Ação para a Astronomia como secundário? Se o desenvolvimento instrumental não fizer parte de um plano de ação para a astronomia brasileira, a astronomia brasileira será efetivamente um "player" no cenário internacional?